O
ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que vai assinar acordos
bilaterais com o Qatar na cooperação aérea e dupla tributação, encontrou-se
hoje com empresários portugueses em Doha.
Paulo
Portas está no Qatar para acompanhar os trabalhos do Fórum das Nações Unidas
para a Aliança das Civilizações que começou hoje mas vai encontrar-se, até
terça-feira, com membros do Governo e reuniu-se hoje, durante mais de uma hora,
com dezenas de portugueses neste momento radicados no Qatar.
Paulo
Portas disse que a decisão de abrir uma embaixada em Doha está relacionada com
a “diplomacia económica” que, afirmou, faz parte “de uma política de
contra-ciclo e que dá resistência à economia portuguesa” através das empresas
que se internacionalizam.
“É
impressionante o número de portugueses que se internacionalizaram. Uns
faziam-no de forma mais clássica, na Europa, mas é impressionante o número de
empresas que se internacionalizaram no Magreb e no Golfo. A rede diplomática
portuguesa tem de acompanhar os movimentos da economia. O mundo não parou e
Portugal tem de estar onde estão os portugueses, onde estão os interesses para
Portugal e onde estão as oportunidades de negócio”, disse Paulo Portas.
“Nós
acabámos de fazer uma ‘revolução tranquila’ quanto à diplomacia económica”,
sublinhou Paulo Portas, acrescentando que a “diplomacia política e a diplomacia
institucional não desaparecem mas são acompanhadas pela diplomacia empresarial
e pela diplomacia de negócios”.
Cada
embaixada portuguesa deve ser, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, um
“business center” para as empresas portuguesas.
“Cada
embaixada portuguesa, cada posto consular, a partir de agora, também serão
avaliados pelas oportunidades de negócio que conseguem facilitar às empresas
portuguesas”, disse ainda Paulo Portas no encontro com os empresários
portugueses no Qatar.
“Vai
seguir uma carta para todas as embaixadas a indicar que a partir de 01 de
janeiro têm de cumprir um conjunto de objetivos” para que a “diplomacia
económica seja escrutinada” e, a partir de agora, as empresas têm de “se sentir
à vontade para pedirem ajuda às embaixadas”.
O
ministro disse que foram desativados "um conjunto de postos diplomáticos,
durante o período de assistência financeira a Portugal. O Ministério dos
Negócios Estrangeiros é a primeira face do país que está sob austeridade e não
faria nenhum sentido que o MNE não praticasse a sua própria austeridade e não
procurasse rentabilizar a despesa. Ser eficiente na despesa”.
“Ao
mesmo tempo que desativamos algumas embaixadas em países onde não há tantos
portugueses ou não há tantos interesses portugueses ou não há tantos negócios
para as empresas portuguesas, nós queremos abrir outros postos diplomáticos e
abrir outras embaixadas onde há portugueses, onde há interesses e onde há oportunidades
de negócio”, explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros que nomeou
recentemente o novo embaixador de Portugal no Qatar.
“Estes
são países muito relevantes nas atual circunstância económica, para podermos
apoiar as nossas exportações, para apoiarmos a internacionalização das nossas
empresas e podermos levar investidores novos a Portugal”, concluiu Paulo
Portas.
O
ministro vai encontrar-se no início da semana com o ministro de Estado e da
Cooperação Internacional, vai reunir-se com executivos de empresas de fundos de
investimento do Qatar ligados ao imobiliário e ao petróleo e tem ainda um
encontro marcado com os dirigentes da Associação Empresarial do Qatar.
O
ministro dos Negócios Estrangeiros prevê também assinar acordos bilaterais de
cooperação aérea e dupla tributação.
CDS-PP/Lusa
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