quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Paulo Portas assina acordos bilaterais e encontra-se com empresários em Doha

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, que vai assinar acordos bilaterais com o Qatar na cooperação aérea e dupla tributação, encontrou-se hoje com empresários portugueses em Doha.
Paulo Portas está no Qatar para acompanhar os trabalhos do Fórum das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações que começou hoje mas vai encontrar-se, até terça-feira, com membros do Governo e reuniu-se hoje, durante mais de uma hora, com dezenas de portugueses neste momento radicados no Qatar.
Paulo Portas disse que a decisão de abrir uma embaixada em Doha está relacionada com a “diplomacia económica” que, afirmou, faz parte “de uma política de contra-ciclo e que dá resistência à economia portuguesa” através das empresas que se internacionalizam.
“É impressionante o número de portugueses que se internacionalizaram. Uns faziam-no de forma mais clássica, na Europa, mas é impressionante o número de empresas que se internacionalizaram no Magreb e no Golfo. A rede diplomática portuguesa tem de acompanhar os movimentos da economia. O mundo não parou e Portugal tem de estar onde estão os portugueses, onde estão os interesses para Portugal e onde estão as oportunidades de negócio”, disse Paulo Portas.
“Nós acabámos de fazer uma ‘revolução tranquila’ quanto à diplomacia económica”, sublinhou Paulo Portas, acrescentando que a “diplomacia política e a diplomacia institucional não desaparecem mas são acompanhadas pela diplomacia empresarial e pela diplomacia de negócios”.
Cada embaixada portuguesa deve ser, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, um “business center” para as empresas portuguesas.
“Cada embaixada portuguesa, cada posto consular, a partir de agora, também serão avaliados pelas oportunidades de negócio que conseguem facilitar às empresas portuguesas”, disse ainda Paulo Portas no encontro com os empresários portugueses no Qatar.
“Vai seguir uma carta para todas as embaixadas a indicar que a partir de 01 de janeiro têm de cumprir um conjunto de objetivos” para que a “diplomacia económica seja escrutinada” e, a partir de agora, as empresas têm de “se sentir à vontade para pedirem ajuda às embaixadas”.
O ministro disse que foram desativados "um conjunto de postos diplomáticos, durante o período de assistência financeira a Portugal. O Ministério dos Negócios Estrangeiros é a primeira face do país que está sob austeridade e não faria nenhum sentido que o MNE não praticasse a sua própria austeridade e não procurasse rentabilizar a despesa. Ser eficiente na despesa”.
“Ao mesmo tempo que desativamos algumas embaixadas em países onde não há tantos portugueses ou não há tantos interesses portugueses ou não há tantos negócios para as empresas portuguesas, nós queremos abrir outros postos diplomáticos e abrir outras embaixadas onde há portugueses, onde há interesses e onde há oportunidades de negócio”, explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros que nomeou recentemente o novo embaixador de Portugal no Qatar.
“Estes são países muito relevantes nas atual circunstância económica, para podermos apoiar as nossas exportações, para apoiarmos a internacionalização das nossas empresas e podermos levar investidores novos a Portugal”, concluiu Paulo Portas.
O ministro vai encontrar-se no início da semana com o ministro de Estado e da Cooperação Internacional, vai reunir-se com executivos de empresas de fundos de investimento do Qatar ligados ao imobiliário e ao petróleo e tem ainda um encontro marcado com os dirigentes da Associação Empresarial do Qatar.
O ministro dos Negócios Estrangeiros prevê também assinar acordos bilaterais de cooperação aérea e dupla tributação.
CDS-PP/Lusa

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