quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

"Não confundir fé com fanatismo” nas jovens democracias árabes-


O ministro dos Negócios Estrangeiros português disse hoje, em Marselha, que é preciso que "a Europa não confunda fé com fanatismo" nas jovens democracias árabes e considerou que as recentes revoluções foram "uma derrota" para o terrorismo.

Paulo Portas intervinha esta manhã no XX Congresso do Partido Popular Europeu (PPE), num painel dedicado às recentes revoluções no mundo árabe. O também presidente do CDS-PP falou em francês, "em honra a Marselha", e viu o seu discurso interrompido por aplausos dos congressistas.

"É preciso não fazer uma confusão que é frequente no olhar dos europeus [para estes países]. É preciso respeitar a fé e não confundir fé com fanatismo. É preciso ter em conta que as sociedades árabes são sociedades espiritualmente fortes e é preciso respeitar isso", afirmou.

Paulo Portas disse ainda que as recentes revoluções nos países árabes foram "uma derrota" para o terrorismo: "Dez anos depois do 11 de setembro, as revoluções árabes não tiveram na Al-Qaida um ator principal, e isso é uma derrota para Al-Qaida, uma derrota para o terror".

Considerou as primaveras árabes como "o acontecimento internacional mais significativo depois da queda do muro de Berlim".

"Creio que as primaveras árabes são também uma oportunidade única para a construção de uma parceria entre a Europa e os países árabes", acrescentou.

A Europa "não deve ser paternalista", deve "evitar a tentação de exportação de um modelo político" e deve "respeitar os resultados das eleições", aprendendo a trabalhar com os governos de maiorias islamitas, sublinhou.

Este encontro do PPE acontece na véspera do Conselho Europeu de quinta e sexta-feira, depois de o Presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, terem defendido na segunda-feira alterações aos tratados europeus que incluam "sanções automáticas" para quem não respeitar o limite estabelecido para o défice.

Sem comentários:

Enviar um comentário