Portugal saiu hoje das negociações das pescas com um
aumento global de seis por cento nas suas quotas, o que a ministra das Pescas,
Assunção Cristas, considerou um resultado positivo de uma demorada negociação.
“Desta vez aumentámos substancialmente (as quotas), mais
seis por cento na globalidade”, disse a ministra à saída de uma maratona de
quase 16 horas de negociação cujo resultado considerou “muito positivo”.
Assunção Cristas destacou particularmente a quota de
bacalhau, que sobe 240 toneladas (quatro por cento), “dentro de um quadro de
pesca sustentável e respeitando todos os pareceres científicos”.
“Tudo isto reflete o poder de negociação do nosso país ao
nível técnico e também ao nível político”, adiantou, sublinhando que “as
primeiras propostas da Comissão apontavam para uma redução global de 11 por
cento”.
A ministra desvalorizou ainda os casos em que houve
diminuição da quota, sublinhando que “são casos com pouca expressão em Portugal
e em que, normalmente, não cumprimos sequer a quota que nos está adstrita e
que, portanto, não nos preocupam”.
Em termos globais, Portugal saiu hoje das negociações
sobre as possibilidades de pesca para 2012 com um aumento nas quotas de areeiro
(9%), biqueirão (10%), pescada (15%), tamboril (110%, recuperando quotas
perdidas em anos anteriores), verdinho (875% em águas territoriais e 531% no
sul da Bretanha e Golfo da Biscaia).
As descidas de quotas acontecem no carapau em águas
espanholas (-1%), lagostim (-10%), raias (-9% nas águas territoriais e – 29% na
NAFO), cantarilho (-16%), palmeta (5%), abrótea (-17%), espadarte (-15%).
Nas águas dos Açores e Madeira, a quota de carapau – que
é fixada por Portugal, sobe quatro por cento, a do atum voador diminui 22% e a
do atum patudo aumenta 22 por cento.
Os ministros das Pescas da União Europeia chegaram hoje
de madrugada a acordo sobre os totais admissíveis de capturas para 2012, depois
de uma negociação morosa, que começou às 10:00 horas de sexta-feira e terminou
às 03:30 de sábado.
O resultado desta maratona, considerou Assunção Cristas,
mostra que “os dados científicos mostram que podemos ter uma pesca sustentável,
que podemos pescar mais e, ainda assim, respeitar a sustentabilidade das
espécies”.
CDS-PP/Lusa